Política brasileira preocupa executivos em fórum na Argentina

Por Folhapress 15/09/2016 - 14:01

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A situação brasileira, mais a política do que a econômica, permeia as conversas de corredores do Fórum de Investimentos e Negócios da Argentina.

O evento -apelidado de míni-Davos em referência ao Fórum Econômico Mundial da Suíça, que reúne os principais líderes políticos e empresariais do mundo- é organizado pelo governo do presidente Mauricio Macri para tentar atrair investimentos ao país.

Executivos dizem que será difícil concretizar planos de investimentos na Argentina enquanto o vizinho não sair da crise.

A avaliação é que o governo de Michel Temer é muito frágil e que a política ainda está instável. A equipe econômica, cujos nomes foram bem recebidos pelo mercado, não preocupa, mas, enquanto o país não se fortalecer politicamente, não haverá confiança, comentaram participantes do fórum que pediram para não serem identificados.

Para o inglês Alexander Brennan, da consultoria Brennan & Partners, a situação brasileira não é determinante, mas influencia as decisões na Argentina.

Empresas dos setores de bens de consumo são as que veem com maior apreensão o Brasil. As da área de infraestrutura -a que o governo Macri prioriza- devem manter seus projetos independentemente do vizinho.

O Fórum de Investimentos, a grande aposta de Macri para inserir o país na economia global após anos de isolamento sob o kirchnerismo (2003-2015), termina nesta quinta (15) sendo celebrado pelo governo Macri, que o analisa como exitoso.

Nesta quarta (14), o CEO da Siemens, Joe Kaeser, anunciou que a companhia injetará 5 bilhões de euros (R$ 18,7 bilhões) até 2020 em projetos de infraestrutura na Argentina.

Cerca de 1.900 executivos participaram do encontro e não houve protestos do lado de fora do Centro Cultural Kirchner, sede do evento, comemorou um funcionário do governo.

Apesar dos problemas do país, como a retração no PIB (neste ano deverá ficar em -1,5%) e a inflação acelerada (que chega a 31% no acumulado dos oito primeiros meses deste ano), a grande maioria das falas nos três dias de fórum foi de apoio à política econômica macrista.


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